Ela não é exclusividade das mulheres e suas evidências podem ir além da estética. Estamos falando da diástase do reto abdominal, problema mais conhecido entre as grávidas, que pode ser prevenido com a prática de alguns hábitos e tratada com a ajuda do Autêntico Pilates. Para falar deste tema, posto recentemente em evidência pela cantora Sandy, conversamos com a Autêntica Instrutora Luciane Marin, que é Fisioterapeuta do Centro de Distúrbios Miccionais do Fleury Medicina e Saúde; Mestre em Ciências da Saúde e Especialista em Saúde da Mulher. Confira a entrevista e tire todas as suas dúvidas:
O que é a Diástase do Reto Abdominal?
Luciane Marin – É a separação dos feixes do músculo reto abdominal na linha média do abdômen. Esse afastamento é dito como fisiológico quando se apresenta com mais ou menos 3 cm. Segundo a literatura, a diástase pode surgir acima da cicatriz umbilical, na cicatriz e, menos frequentemente, abaixo desse nível, podendo ser considerada uma situação transitória ou permanecer ao longo da vida.
É comum ocorrer durante a gravidez?
Luciane Marin – Durante a gestação, as alterações hormonais, somadas ao crescimento uterino e às alterações biomecânicas próprias do período, podem promover o estiramento da musculatura abdominal. A diástase pode ser observada, inicialmente, no segundo trimestre da gestação, tendo uma incidência maior nos últimos 3 meses, em virtude do volume abdominal maior, assim como no pós-parto.
Pode ocorrer em homens?
Luciane Marin – Os fatores predisponentes para a diástase do reto abdominal são: obesidade, flacidez dos músculos abdominais, multiparidade e gestação de múltiplos. Portanto, homens também podem apresentar este problema.
É sempre visível?
Luciane Marin – Na maioria das vezes, será visível em qualquer mulher que tenha terminado uma gravidez. Existem diversas maneiras de definir e avaliar a diástase do reto abdominal e, portanto, sua prevalência é variável, não havendo consenso em relação aos valores considerados relevantes, aceitáveis e/ou prejudiciais. Alguns estudiosos aceitam qualquer afastamento entre os retos abdominais, outros a consideram um afastamento superior a 1 cm, 2 dedos ou 3 cm. A maneira mais simples de avaliar é mensurar a quantidade de polpas digitais que cabem entre as bordas mediais dos músculos. Porém, o uso do paquímetro é a melhor ferramenta. A avaliação é feita com a pessoa deitada em decúbito dorsal, com os joelhos flexionados e os pés apoiados na cama, com os braços ao lado do corpo. Nessa posição, é solicitada a flexão anterior do tronco até que a borda inferior da escápula esteja fora do leito. O examinador palpa a borda medial dos feixes do reto abdominal e posiciona o paquímetro nas posições acima da cicatriz umbilical, na cicatriz e abaixo dela.
Como preveni-la?
Luciane Marin – A prevenção está na prática de atividades, como o Autêntico Pilates, que fortalecem a musculatura abdominal e as demais estruturas que garantem a estabilidade do tronco. Em alguns casos, ela é inevitável, porém seu grau pode ser amenizado com a prática dessas atividades.
O que ela pode desencadear no corpo?
Luciane Marin – Sabe-se que a diástase do reto abdominal não provoca diretamente desconforto ou dor, mas a distensão excessiva pode interferir na capacidade dessa musculatura em estabilizar o tronco, gerando maior predisposição ao desenvolvimento da dor lombar. Não podemos esquecer que, em alguns casos, pode vir acompanhada de hérnia umbilical, também. Esteticamente, estamos falando de um abdômen mais flácido, somado ao excesso de pele e de tecidos moles.
O que pode ocorrer se não é tratada?
Luciane Marin – Espera-se que em 6 semanas, após o nascimento do bebê, o espaço que existe entre os feixes de músculo reto abdominal possa se estreitar normalmente, à medida que o corpo se recupera da gestação e do parto. Contudo, caso não regrida espontaneamente, um programa de cuidados e exercícios supervisionados, entre eles, o Autêntico Pilates, devem ser tomados, uma vez que a musculatura se encontra com baixo tônus e fraca, favorecendo dores posturais, por falta de suporte muscular e, em alguns casos, constipação intestinal.
Quais são os tratamentos mais comuns?
Luciane Marin – No pós-parto imediato, os exercícios suaves devem ser iniciados para fortalecer o tônus e aumentar as funções de sustentação dos músculos do assoalho pélvico e dos músculos abdominais. Se a diástase for inferior a dois dedos de largura, os exercícios abdominais podem progredir rapidamente. Contudo, se for superior e não houver supervisão de profissional adequado, existe uma tendência de piora dessa diástase na prática desses exercícios abdominais. Em alguns casos, que vem acompanhado de hérnia umbilical, a cirurgia pode ser recomendada.
Quais os benefícios do Autêntico Pilates para ajudar a prevenir e tratar esse tipo de problema?
Luciane Marin – O Autêntico Pilates trabalha em cima do conceito de utilizar o Power House para manter e/ou melhorar a estabilidade do tronco durante os exercícios do método e no dia a dia. Dentre os músculos que fazem parte do Power House, temos os músculos abdominais e o assoalho pélvico. Sendo assim, a prática correta do Autêntico Pilates fortalece e melhora o tônus do músculo reto abdominal, tornando a recuperação dessa diástase mais rápida.
Caso a pessoa tenha diástase do reto abdominal, ela pode praticar o Autêntico Pilates a qualquer momento?
Luciane Marin – Pode sim, desde que exista liberação médica para o início da prática. Quanto mais precoce, mais rápida a recuperação. Mas é de extrema importância que o profissional seja habilitado. No The Pilates Studio® Brasil, por exemplo, os Instrutores são capacitados para atender de forma personalizada a todos os alunos, inclusive quem tem a diástase do reto abdominal, proporcionando aulas seguras e com foco no resultado.
Após o tratamento, a região afetada volta 100% à sua normalidade?
Luciane Marin – Existe uma tendência natural de recuperação dessa musculatura. O tratamento ou a prática de atividades físicas direcionadas acelera essa recuperação e previne quadros de dor postural ou de disfunção dos músculos do assoalho pélvico.