Certa vez um comandante de uma brigada de bombeiros me contou que ao chegar ao local do incêndio analisou com seu pessoal a situação, se inteirou dos detalhes e ao entrar no edifício para salvar uma pessoa que lá estava, chegou a repórter de uma grande emissora de televisão solicitando, com urgência, uma entrevista, pois estavam ao vivo e não poderiam esperar. O que fazer? Cumprir o seu dever e tentar salvar uma vida ou atender a
televisão em rede nacional, o que lhe renderia um “momento de fama”?
É exatamente nesses momentos que conhecemos o conjunto de crenças e valores que uma pessoa tem. Nesses momentos devemos ouvir nossa consciência,[img w=”155″ h=”200″ align=”left”]http://www.pilates.com.br/wp-content/uploads/2012/04/conciencia.jpg[/img] pois ela nos responderá de acordo com nossos valores. Lembro-me que ele me explicou que poderia atender a televisão delegando a um companheiro a tarefa de salvamento. Mas, completou: “e minha consciência? E o meu dever de salvar vidas?”. Quase todos os leitores, acredito, dirão que é óbvio que esse bombeiro deveria salvar a pessoa em vez de dar a entrevista à televisão. Mas, será que na prática, na hora, no momento em que a televisão está em nossa frente com o canal aberto para todo o país, a tentação não é a de que querer, no mínimo, fazer as duas coisas – atrasar alguns minutos o salvamento e atender a televisão? Como decidir? Tudo isso acontece num instante sem que tenhamos tempo para raciocinar com calma em possíveis consequências. O que você faria?
Em nossa vida diária, no emprego, na família e em nossas relações sociais, muitas vezes nos encontramos em situação semelhante. É claro que nem sempre dramática, mas assim mesmo semelhante. Será que somos capazes de dizer “não” a uma situação em que somos tentados a fazer aquilo que sabemos que não devemos fazer? Desde uma “pequena” desonestidade (se é que existe desonestidade pequena), uma “santa” mentira (se pudesse
existir mentira santa) ou mesmo uma “leve” traição (se qualquer traição não fosse grave)? O que nos indicará o certo, o que deve ser feito? O que nos fará agir de modo a não nos arrependermos? Novamente aqui vale e faz valer o nosso conjunto de crenças e valores. Quais as nossas crenças?
Quais nossos valores? O que nos comanda?
Para matar a curiosidade do leitor, esclareço que aquele comandante de bombeiros não deu a entrevista; entrou no edifício e salvou aquela vítima. A televisão foi embora. Ninguém soube. Ninguém comentou. Mas o importante é que ele soube , ele se importou e sentiu orgulho de si mesmo.
Pense nisso. Sucesso!
Fonte: Luiz Marins